Cabeção

O esquadrão da década de 1950 era tão forte que no gol existiam dois arqueiros de Seleção Brasileira. Se o titular era Gylmar, o reserva era Luiz de Morais, o popular Cabeção. Vindo do terrão do Parque São Jorge, notabilizou-se como um dos maiores goleiros da história do Corinthians.

Cabeção chegou aos infantis do Corinthians em 1938, subindo para o time profissional em 1949, ao de Idário, Roberto Belangero e Luizinho. Estreou em novembro desse ano em uma goleada de 4 a 1 sobre a Portuguesa Santista.

Homero, Cabeção e Rosalém no Maracanã.

No início da década de 1950, Cabeção permanecia como suplente do goleiro paranaense Setembrino Costa Alves, popular Bino, conhecido como "Gato Preto" por seu estilo arrojado e o uniforme negro. Bino era titular desde 1943, quando chegou do Coritiba. Mas a partir do Campeonato Paulista de 1951 Cabeção assumiu a posição e Bino passou a atuar apenas em amistosos. Com Cabeção na meta mosqueteira, o Timão garantiu o bicampeonato paulista de 1951 e 1952.

Em 1951 ele passou a ter uma sombra no Corinthians. Nada menos que Gylmar dos Santos Neves, que chegara do Jabaquara. O presidente Ignácio Trindade o contratou para pressionar seus goleiros a renovarem seus contratos o mais depressa possível.

Suas boas atuações lhe concederam a opportunidade de vestir a camisa da Seleção Brasileira em 1954. Convocado pelo técnico Zezé Moreira, ele entrou em campo pela primeira vez com a camisa amarelinha no amistoso realizado contra um combinado colombiano no Maracanã. Na vitória por 2 a0, Cabeção substituiu o goleiro Veludo do Fluminense.

Na Copa do Mundo de 1954, o terceiro goleiro seria Gylmar, mas uma contusão o impediu. Para resolver o problema o outro goleiro selecionável do Parque São Jorge, Cabeção, foi convocado. Após o Mundial, no qual Cabeção não atuou, voltou ao Corinthians e conquistou o título paulista do quarto centenário como reserva de Gylmar. Com a saída de Gylmar para o Santos em 1961, retomou a posição de titular do Corinthians. Mais tarde passou a dividir o posto com Heitor, Aldo, Marcial.

Sua última partida pelo Corinthians foi em agosto de 1966 no Pacaembu, contra a Portuguesa. O Corinthians ganhou por 6 a 3, mas o jogo acabou representando o fim de sua carreira no clube. Pessoas da diretoria do Corinthians, de forma infundada e inoportuna, acusaram Cabeção de estar se vendendo para a Portuguesa. Irritado, Cabeção prometeu que jamais voltaria a jogar com a camisa do Corinthians. Promessa cumprida, mas acabou retornado mais tarde como treinador de equipes de base e depois dirigiu a equipe principal de forma interina em 1976.

Mesmo sendo considerado um goleiro acima de média, Cabeção por diversas vezes deixou o time do Parque São Jorge, seja por empréstimo ou vendido. O goleiro atuou no Bangu, Portuguesa de Desportos, Comercial de Ribeirão Preto, Juventus e na Portuguesa Santista, clube onde encerrou a carreira.

Ficha técnica:

Nome: Luís Moraes
Nascimento: 23 de agosto de 1930
Cidade natal: São Paulo (SP), Brasil
Carreira no Corinthians: 1949 - 1954; 1957 - 1960; 1960 - 1967
Títulos pelo Corinthians: Campeonato Paulista (1951, 1952, 1954)
Torneio Rio-São Paulo (1950, 1953)

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