Cláudio



Nascido e falecido em Santos, iniciou sua carreira no própio Santos Futebol Clube em 1940. A exemplo de seu companheiro de ataque do Corinthians, Luizinho, Cláudio também era de estatura baixa, medindo apenas 1m62 - era ainda dois centímetros mais baixo que o "Pequeno Polegar". Procurava compensar seu corpo franzino com a habilidade em toques rápidos e dribles curtos. Especialista em bolas paradas, Cláudio usava a camisa 7, era um exímio cobrador de faltas, pênaltis, escanteios. Decidiu muitos jogos a favor do Corinthians com sua mortal bola parada.

Para os mais antigos que o viram jogar, em muito se assemelhava ao de outro ídolo corinthiano já de uma época mais moderna, Marcelinho Carioca.

Em 1942, Cláudio teve passagem rápida pelo Palestra Itália (que, naquele mesmo ano, mudou o nome para Palmeiras). Foi campeão, marcando, inclusive, o primeiro gol da história do clube com o novo nome, na decisão do Campeonato Paulista contra o São Paulo.

A timidez de Cláudio porém prejudicou muito a sua adaptação a São Paulo e abreviou sua carreira no Palmeiras. Em 1943, retornou a Baixada Santista. Dois anos depois, em 1945, o Corinthians desceu a serra e trouxe Cláudio para o Parque São Jorge, dando início a uma longa trajetória de títulos e alegrias durante 12 anos.


A estreia pelo novo clube aconteceu no Pacaembu em um clásico válido pela Taça São Paulo contra o São Paulo, no dia 14 de março de 1945. No empate em 4 a 4, Cláudio não marcou. Seu primeiro viria na partida seguinte, contra o Palmeiras pela mesma competição,também no Pacaembu. Cláudio balançou as redes de Oberdan Catani aos 36 minutos do primeiro tempo e Gonzáles empatou para o Palmeiras nna etapa final. O palacar do "Dérbi" terminou em 1 a 1.

Com o passar do tempo, Cláudio demonstrava uma lideranã inata no grupo de jogadores: era o capitão da equipe e enxergava muito bem o jogo, sendo uma espécie de técnico em campo. Graças a essas qualidades, Cláudio ganhou o apelido de "Gerente".


Cláudio anota mais um contra o Palmeiras. Um dos 21 gols marcados frente ao Rival. É o maior goleador do clássico.

Em 1950, titular absoluto do Corinthians, com 28 anos, Cláudio vivia o seu melhor momento da carreira, e mesmo assim não foi convocado para a Copa do Mundo disputada no Brasil. Com a contusão do e corte do gaúcho Tesourinha, o técnico Flávio Costa preferiu improvisar o vascaíno Alfredo, que era lateral, em vez de dar uma chance ao atacante corinthiano. Talvez se Cláudio estivesse no Maracanã na tarde de dia 16 de Julho de 1950, a história seria diferente.


Para sua decepção pessoal, o "Gerente", injustamente, nunca disputou uma Copa do Mundo. Nas oportunidades em que Cláudio esteve a serviço da Seleção, conquistou o campeonato Sul-Americano em 1949, batendo o Paraguai por 7 a 0 na final.

A grande consagração de Cláudio no futebol ocorreu mesmo após a união com Baltazar e Luizinho no ataque do Corinthians. As chegadas rápidas à linha de fundo, cruzamentos perfeitos e cobranças mortais de escanteios consagraram muitas vezes Baltazar, "Cabecinha de Ouro" e Luizinho, "Pequeno Polegar".

Após quase uma década de jejum de títulos no certame regional, o Corinthians voltava a festejar uma conquista estadual, depois de uma campanha irretocável e de um ataque avassalador, formado por Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário que balançaram as redes adversárias em 103 oportunidades, se transformando no primeiro ataque a conseguir esta marca na era profissional, uma média extraordinária de 3,43 gols por partida, quebrando assim o recorde Santista da década de 20. Para completar a festa, a tabela do Campeonato Paulista marcava para a última rodada o confronto entre Corinthians e o Arqui Rival Palmeiras, azar dos Alvi Verdes, em 27/01/52 o Timão faz uma partida perfeita para comemorar a conquista estadual, vence o Palmeiras pelo placar de 3x1, fazendo o terceiro gol antes dos 30 minutos do primeiro tempo, com Luizinho fechando o placar com um gol de letra.
O ataque dos cem gols. Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. O maior ataque da história do futebol mundial.

A fase de ouro do Corinthians no início dos anos 1950, que culminou com os títulos paulistas de 1951, 52 e 54 e os torneios Rio-São Paulo em 1950, 53 e 54, além da "Pequena Taça do Mundo" conquistada na Venezuela em 1953, renderam ao "Gerente" Cláudio status de ídolo da Fiel e o respeito das demais torcidas adversárias.


Um de seus gols mais famosos aconteceu no Pacaembu, na decisão do Torneio Internacional Charles Miller, contra o Benfica de Portugal, vencida pelo Corinthians por 2 x 1. Cláudio cobrou uma falta em que a bola, antes de entrar, descreveu uma sinuosa curva no ar, definida pelo próprio goleiro Costa Pereira como uma "curvita".

Seu último gol foi marcado contra o XV de Pircacicaba na vitória por 5 a 2 pelo Campeonato Paulista, em dezembro de 1957. Foi aos 9 minutos que o "Gerente" balançou as redes.


Cláudio permaneceu como titular do time corintiano até 1957, quando, depois da derrota para o São Paulo no jogo decisivo do Campeonato Paulista (1 x 3), decidiu se tornar técnico. Antes de se tornar técnico oficiamente, comandou a equipe interinamente em três oportunidades a pedido dos atletas. A moral que Cláudio possuía com os companheiros era tamanha que nessas ocasiões - Em 1948, em conjunto com os demais jogadores, Servílio e Hélio, nem substituição ao técnico Gentil Cardoso, em 1954, sozinho quando o treinador oficial Rato não pôde viajar em uma excursão para Recife - ele assumiu o cargo acumulando duplas funçoes: técnico e jogador. Sua carreira como técnico oficialmente teve início em 1958, quando a diretoria o convidou para comandar a equipe. No comando da equipe foram 75 jogos, 40 vitórias, 19 empates e 16 derrotas.



Cláudio também ganhou um busto que está em frente a entrada social do clube. Ninguém em toda a história do Corinthians marcou mais gols como Cláudio Christovam de Pinho, ao todo foram 305, apesar de no seu busto constar 295.

Ficha técnica:

Nome:
Cláudio Christóvam de Pinho
Nascimento: 18 de julho de 1922
Cidade natal: Santos (SP), Brasil
Carreira no Corinthians: 1945 - 1957
Títulos pelo Corinthians: Pequena Taça do Mundo (1953)
Campeonato Paulista (1951, 1952, 1954)
Torneio Rio-São Paulo (1950, 1953, 1954)
Torneio Internacional Charles Muller (1955)

Cabeceio
: Fraco.
Chute: Pé direito - Forte, colocado, venenosíssimo.
Pé esquerdo - Regular.
Velocidade: Era um de seus pontos fortes.
Habilidade: Excepcional. Costumava levantar a bola antes de cruzá-la para a área.
Posicionamento: Era uma espécie de técnico em campo, posicionando-se muito bem e orientando os companheiros.
Marcação: Não marcava. Era marcado.

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