Osso duro de roer


Corria o ano de 1918. O dia: 13 de maio. Como era costume naquela época, os jogadores do Corinthians estavam todos reunidos no restaurante de uma pensão da Rua Boa Vista, no centro de São Paulo, tomando uma refeição leve, uma canja, antes de mais um jogo contra o rival Palestra Itália. Seria a terceira partida entre os dois grandes rivais valendo pelo Campeonato Paulista, e até ali só tinha dado Palestra, com duas vitórias. Na primeira, 3 x 0, com três gols do ponta Caetano, pondo fim à invencibilidade corintiana em jogos oficiais, desde que o Timão abandonara a várzea, quatro anos antes. Na segunda, pelo returno daquele mesmo Campeonato Paulista de 1917, também deu Palestra: 3 x 1.De repente, um objeto quebra uma das vidraças da sala em que os jogadores corintianos almoçavam. Era um osso de boi, com um bilhete amarrado, no qual se lia: O “Corinthians é canja para o Palestra”.Em campo, os palestrinos, de fato, chegaram a estar vencendo duas vezes, por 1 x 0 e por 3 x 2. Mas não resistiram à pressão corintiana e acabaram cedendo o empate por 3 x 3. O tal osso, então, foi parar na sala de troféus alvinegra, onde está até hoje. Nele, pode-se ler a seguinte inscrição: “Este osso era para a canja, e não cozinhou por ser duro demais”.

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