Ex-diretor Carlos Auricchio abandona cargo e detona Antonio Carlos

Wellington Paulista, Bolívar, Magrão, Alex Mineiro e o colombiano Macnelly Torres poderiam estar no Corinthians e o time muito mais forte para começar a Série B do Campeonato Brasileiro. Outra coisa: por medo de falta de apoio da `Fiel¿, o presidente Andres Sanches queria levar o time para jogar em Barueri as partidas da Copa do Brasil. As revelações são do ex-diretor de futebol, Carlos Roberto Auricchio.

“Perdemos atletas importantes que estavam nas nossas mãos porque só entra no Corinthians jogador indicado pelo Antônio Carlos (diretor técnico do departamento de futebol). Nunca houve tanto poder na mão de uma só pessoa. Ele é o dono do futebol do clube. Resolvi sair porque tenho história no clube. Não sou vaquinha de presépio”, disse Carlos Roberto.

Auricchio é direto. “Os problemas se tornaram insuportáveis porque sou contra o método do Antônio Carlos. Mas acontece que ele é quase irmão do Andres Sanches. Ele fala diretamente com os jogadores e acaba jogando o clube contra a diretoria. Falou com o Denis, com o Christian. Com o Kléber Pereira, então, telefonou desde fevereiro. Convenceu o Andrade a largar o Vasco. Disse que todos estavam contratados. Deu tudo errado porque os presidentes dos clubes ficaram possessos ao saber do método do Antônio Carlos, que nós mesmos achávamos errado. Cadê esses jogadores?’”, pergunta.

O ex-diretor revela que houve uma reunião preocupante antes do jogo contra o Goiás, pela Copa do Brasil. “O presidente Andres não acreditou que fôssemos encher o Morumbi na partida contra o Goiás. Ele disse que o time vinha de derrota e que os torcedores não iriam em grande número. O melhor para ele seria fazer o jogo na arena do Barueri. Falou que iria transformar o lugar em um caldeirão. Foi preciso um representante da Gaviões da Fiel que estava na reunião sugerir diminuir o preço dos ingressos e garantir que os torcedores iriam para convencer Andres. A idéia de reduzir o preço é da nossa própria torcida”.

Péssimo relacionamento - Auricchio revela que o relacionamento no futebol do Corinthians era péssimo e confuso. “O Mário Gobbi perdeu a eleição para a presidência do Conselho Deliberativo e virou vice de futebol. Quando assumiu, disse não entender nada de futebol. Só que depois de quatro meses ele parecia saber mais do que todos nós juntos. Eu e o outro diretor de futebol, Eli Werdo, passamos a ser proibidos de dar entrevista. Só o Mário poderia falar. Ele e o Antônio Carlos, lógico. Só que eu e o Eli temos vergonha na cara. Pedimos para ir embora. Deixa quem quer aparecer sair nas fotografias”.

Auricchio revela que logo sentiu que as coisas não seriam normais desde o começo do trabalho, ainda no início do ano. “Eu consegui a prioridade do Bolívar, zagueiro campeão da Libertadores pelo Inter, um baita jogador. Não quiseram nem me ouvir. Com o Wellington Paulista, também.
O Magrão queria sair do Inter agora, mas não me deram ouvidos. Mesma coisa o Alex Mineiro, mas não quiseram brigar com o Palmeiras. O máximo foi o Torres, o meia titular da seleção da Colômbia. Excelente jogador, com 23 anos. Por US$ 2 milhões (R$ 3,38 milhões) ele seria nosso. Mas resolveram gastar a mesma coisa pela metade do Douglas. Desisti de entender”.

Auricchio foi o diretor do time campeão brasileiro em 1990.


By Grazi

0 comentários:

Postar um comentário