Texto - Centenário

1° de setembro de 2010

Há 100 anos surgia o clube que faria história e mexeria com as emoções de uma multidão. Não imaginava-se que aquele time fundado por operários seria o clube mais amado, mais comentado, mais visado do país.

Em 100 anos passamos 23 deles sem títulos e nossa torcida só crescia. Em 100 anos, fomos rebaixados pra série B ao som de gritos “Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo”. Em 100 anos tivemos ídolos que honraram nossa camisa e que são eternizados por isso. Em 100 anos conquistamos o Brasil, amando ou odiando, todos sentem algo pelo Corinthians. Em 100 anos conseguimos vitórias épicas, nos últimos minutos. Em 100 anos nos transformamos no time da raça, no time do povo. Em 100 anos o Corinthians conseguiu unir em sua torcida, pobres, ricos, brancos, negros, católicos, protestantes, sem diferença, sem preconceito, unidos em uma só voz para empurrar esse time pra vitória.

E não é a toa que dizem que o Corinthians é diferente... Somos diferentes porque o resultado não é fundamental para nós. O que se tornou fundamental em nossas vidas é ver o Corinthians jogar, é demonstrar que amamos esse time, é honrar seu nome na vitória ou na derrota... Nossas vitórias são mais alegres, nossas derrotas mais sofridas... Aqui treino é jogo e jogo é decisão.

Obrigada Corinthians por nos fazer sentir as mais diversas e inexplicáveis emoções, que só quem é Corinthiano sabe. Obrigada por nos ensinar que nunca podemos desistir. Obrigada Corinthians por nos tornar iguais, mesmo no país das diferenças.

E poder estar presente no centenário Corinthiano é uma das maiores alegrias que um corinthiano pode ter. A data mais esperada de um clube... Aliás, não de um clube qualquer e sim do SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, nossa vida, nossa história, nosso amor!

Hino

O Campeão dos Campeões
Letra de Lauro D’Avila

Salve o Corinthians, O campeão dos campeões,
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians,
De tradição e glórias mil,
Tu és orgulho
Dos esportistas do Brasil

Teu passado é uma bandeira,
Teu presente é uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão

Corinthians grande,
Sempre altaneiro
És do Brasil
O clube mais brasileiro"

Alcunhas

Alvinegro do Parque São Jorge
Com a mudança da sede para a Rua São Jorge e a construção Estádio Alfredo Shuring, o Parque São Jorge, o Corinthians recebeu esta alcunha que ainda permanece.

Campeão dos Campeões e Time das Viradas
Em 1930, a Associação Paulista de Esportes, a APEA, decidiu promover um desafio entre os campões paulista e carioca em partidas de ida e volta. Depois de vencer o primeiro confronto, o Corinthians foi ao Rio de Janeiro disputar o segundo jogo contra o Vasco da Gama, no estádio São Januário. O Cruzmaltino vencia por 2 a0, mas faltando 18 minutos para o fiim da peleja, a velha raça corinthiana entrou em cena, virando o jogo para 3 a 2. Além da Taça da APEA, o COrinthians conquistou dois títulos honorários e populares que permanecem bem vivos até hoje: "campeão dos campeões" e "time das viradas"
.

Campeão dos Centenários
Campeão Paulista de 1922 - Centenário da Independência do Brasil
Campeão Paulista de 1954 - IV Centenário da cidade de São Paulo
Campeão Paulista de 1988 - Centenário da abolição da escravatura no Brasil

Charuto
Nos anos 50 o clube receberia essa denominação. porque ninguém sabe a razão, tornou-se moda fumar charuto nos estádios em jogos do Corinthians.

Clube dos Calções Pretos
Era como escreviam os jornais dos anos 10 e 20 para se referir ao Corinthians.


Clube dos operários
Desde a sua fundação o clube esteve ligado a classe operária, sendo que seus fundadores eram operários.

Coringão
Alcunha cariosa criada pela Fiel torcida para saudar o Corinthians.

Mosqueteiro
Existem duas versões. A primeira é de 1913, depois da criação da APEA, para onde foram os principais clubes. O Americano, Internacional e Germânia teriam permanecido na LPF. O Corinthians se juntou a eles e foram apelidados de mosqueteiros. A segunda versão deve-se a vitória contra o Barracas (Argentina), em 1929. O jornalista Tomás Mazzoni de "A Gazeta Esportiva" teria dito que o clube paulistano demonstrou "fibra de mosqueteiro" após o triunfo.

O Mais Querido
Um concurso promovido pela TV-Paulista (atual TV-Globo) em parceria com o jornal Última Hora, em 1955, daria ao Corinthians o título de mais querido do Brasil.

Timão
Como sempre, começou na imprensa e logo foi adotada pela torcida. O ponto de partida foi a ousada série de contratações de grandes craques. No ano de 1966, chegaram em poucos dias o zagueiro Ditão, o volante Nair da Portuguesa de Desportos e o imortal Garrincha do Botafogo formando um verdadeiro Timão.

Time do Povo
Com a alcunha de clube dos operários, o Corinthians foi conquistando cada vez mais as classes trabalhadoras e menos favorecidas. Se tornando assim, o time do povo.

Tupãzinho



Começou sua carreira no pequeno Tupã (daí o apelido) e passou para equipes de base do São Bento de Sorocaba. Era habilidoso, dono de dribles rápidos e curtos. Dois anos após sua profissionalizaão,o jogador despertou interesse do Corinthians, em uma época na qual o clube não fazia grandes investimentos em contratações. Aos 21 anos, o meia chegou ao Parque São Jorge por empréstimo, ao lado de Guinei. Desconhecidos, os dois chegaram ao grupo mosqueteiro sem maiores expectativas da torcida.

Ele estreou em janeiro de 1990 contra o Noroeste de Bauru, na abertura do Campeonato Paulista. O Corinthians perdeu por 1 a 0. Seu primeiro go aconteceu contra o Novorizontino no dia 6 de maio, no Pacaembu. Com a chegada de Nelsinho Baptista no início do Campeonato Brasileiro, passou a ser titular absoluto da equipe. Com a camisa 9, Tupãzinho fazia uma excelente movimentação no ataque alvinegro ao lado de Fabinho, Neto e Mauro.


Tupãzinho participou de 24 partidas do Campeonato Brasileiro de 1990, ficando de fora apenas uma partida, diante do Náutico, vitória do Corinthians por 1x0, participou ativamente de todo o Campeonato e viveu intensamente aquela que seria a maior conquista do Corinthians ao longo de sua história, o primeiro título Brasileiro do Timão. Além de suas inúmeras assistências, Tupã carimbou as redes três vezes naquele campeonato, a primeira vez em São José dos Campos, anotando o primeiro gol do Corinthians na vitória de 2x1 sobre o São Jose, o segundo, não menos importante fora feito pelo “pequeno” ídolo no maior estádio do mundo, o segundo gol da vitória de 2x1 do Timão sobre o Flamengo, e o terceiro, pela sua dedicação, seu empenho, sua grandeza de espírito, recebeu de presente dos céus, a graça de ser o autor do gol que daria o maior título da história do Corinthians até aquele momento.


Após a conquista do título, o "Talismã" começou a ter dificuldades de manter a posição de titular mas, mesmo ficando no banco de reservas, era extremamente importante. Em muitos jogos ele entrou para impedir uma derrota do Corinthians com um gol salvador. Além de ser o pé-quente da equipe, o meia era suplente do ataque corinthiano. Substituto imediato,não importava quem saía da equipe.


Seu ciclo no clube terminou em 1996: a última partida foi no amistoso do dia 28 de julho com o Operário em Campo Grande. Vitória de 4 a 0. Os dois últimos gols de Tupãzinho com a camisa alvinegra já tinham acontecido em maio, no empate com a Ferroviária em Araraquara. Depois Tupã defendeu o Fluminense, América MG, XV de Piracicaba, Matonense e Itumbiara. Tupãzinho é casado e pai de dois filhos, Pedro e Giovana, depois que encerrou a carreira se tornou dono de uma fabrica de fraldas e também criador de gado no Mato Grosso do Sul, e tem planos para se tornar técnico de futebol, ainda hoje Tupã carrega em sua vida pessoal a grande fase que teve no Timão, que inclusive empresta o sobrenome ao ex atleta, que é reconhecido nas ruas até hoje como “Tupãzinho do Corinthians”.

Ficha técnica:

Nome
: Pedro Francisco Garcia
Nascimento
: 07 de julho de 1968
Cidade natal: Uchoa (SP) Brasil
Carreira no Corinthians
: 1990 - 1996
Títulos pelo Corinthians
: Campeonato Brasileiro (1990)
Copa do Brasil (1995)
Campeonato Paulista (1995)

Copa Bandeirantes (1994)